quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Doença conhecida como “barriga d’água” pode ser combatida com composto do hortelã

Pesquisadores descobriram que dois elementos presentes na hortelã podem ajudar no combate à esquistossomose – Reprodução

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) descobriram que dois elementos presentes na hortelã podem ajudar no combate à esquistossomose.
Conhecida como “barriga d’água”, a doença aparece na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) como a terceira de origem parasitária que mais mata pessoas no mundo. No país, é a primeira da lista.

“Só no Brasil são aproximadamente 6 milhões de pessoas infectadas e é uma doença que acomete pessoas de baixa renda, que têm falta de saneamento básico em suas moradias, que precisam de contato com água para lavar uma louça, uma roupa, e isso as expõe ao contato com o caramujo, que é o vetor da doença”, explicou Fernanda de Freitas Aníbal, coordenadora do grupo de pesquisas de doenças infecciosas da universidade.

Como funciona

O ciclo da esquistossomose começa quando ovos do parasita são eliminados pelas fezes do homem ou de outros animais, como ratos e capivaras. Quando caem na água, as larvas se soltam, encontram o caramujo, se desenvolvem e podem contaminar aqueles que têm contato com essa água.

No laboratório, os cientistas testaram ao longo de oito anos vários elementos da hortelã e descobriram que dois deles combinados, o mentol e a mentona, eram eficazes no combate ao verme.
De acordo com o pesquisador Ricardo de Oliveira Correia, as primeiras aplicações foram feitas diretamente nos parasitas e todos morreram. Em seguida, foram realizados testes em camundongos e, além da redução da maioria dos vermes presentes nos animais, houve um aumento na imunidade dos roedores.

Grupo agora aguarda interesse de empresa farmacêutica – Foto: Marlon Tavoni/EPTV

Diferencial

Durante os testes, o pesquisadores identificaram um diferencial no uso das substâncias da hortelã. A versão se mostrou eficiente não só para o combate à doença, como também para as consequências dela.
“Nossos estudos mostram que o nosso composto tem um efeito bom pra tratar o verme, para matar o verme, mas ele também faz uma proteção no indivíduo infectado, principalmente nas lesões do fígado, que é um dos órgãos mais atingidos”, afirmou Fernanda.

Agora, para verificar de vez o poder do composto e oferecer uma alternativa ao único remédio disponível para esse tratamento no mundo, o Praziquantel, os pesquisadores esperam que uma indústria farmacêutica possa licenciá-lo e testá-lo em humanos.
“Se eu conseguir salvar pelo menos uma vida, todo esse esforço de tantos anos já terá valido a pena porque são pessoas que morrem diariamente no mundo todo por causa dessa doença”, finalizou a pesquisadora.



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Do Enquanto isso no Maranhão, com informações: agoramt

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