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Pesquisadores descobriram que dois elementos presentes na hortelã podem ajudar no combate à esquistossomose – Reprodução |
Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) descobriram que dois elementos presentes na hortelã podem ajudar no combate à esquistossomose.
Conhecida como “barriga d’água”, a doença aparece na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) como a terceira de origem parasitária que mais mata pessoas no mundo. No país, é a primeira da lista.
“Só no Brasil são aproximadamente 6 milhões de pessoas infectadas e é uma doença que acomete pessoas de baixa renda, que têm falta de saneamento básico em suas moradias, que precisam de contato com água para lavar uma louça, uma roupa, e isso as expõe ao contato com o caramujo, que é o vetor da doença”, explicou Fernanda de Freitas Aníbal, coordenadora do grupo de pesquisas de doenças infecciosas da universidade.
Como funciona
O ciclo da esquistossomose começa quando ovos do parasita são eliminados pelas fezes do homem ou de outros animais, como ratos e capivaras. Quando caem na água, as larvas se soltam, encontram o caramujo, se desenvolvem e podem contaminar aqueles que têm contato com essa água.
No laboratório, os cientistas testaram ao longo de oito anos vários elementos da hortelã e descobriram que dois deles combinados, o mentol e a mentona, eram eficazes no combate ao verme.
De acordo com o pesquisador Ricardo de Oliveira Correia, as primeiras aplicações foram feitas diretamente nos parasitas e todos morreram. Em seguida, foram realizados testes em camundongos e, além da redução da maioria dos vermes presentes nos animais, houve um aumento na imunidade dos roedores.
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Grupo agora aguarda interesse de empresa farmacêutica – Foto: Marlon Tavoni/EPTV |
Diferencial
Durante os testes, o pesquisadores identificaram um diferencial no uso das substâncias da hortelã. A versão se mostrou eficiente não só para o combate à doença, como também para as consequências dela.
“Nossos estudos mostram que o nosso composto tem um efeito bom pra tratar o verme, para matar o verme, mas ele também faz uma proteção no indivíduo infectado, principalmente nas lesões do fígado, que é um dos órgãos mais atingidos”, afirmou Fernanda.
Agora, para verificar de vez o poder do composto e oferecer uma alternativa ao único remédio disponível para esse tratamento no mundo, o Praziquantel, os pesquisadores esperam que uma indústria farmacêutica possa licenciá-lo e testá-lo em humanos.
“Se eu conseguir salvar pelo menos uma vida, todo esse esforço de tantos anos já terá valido a pena porque são pessoas que morrem diariamente no mundo todo por causa dessa doença”, finalizou a pesquisadora.
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