sábado, 7 de outubro de 2017

Professora morre após salvar alunos durante incêndio em creche

A professora Heley Abreu, 43, teve 90% do corpo queimado

A professora Heley de Abreu Silva Batista, 43, morreu após salvar alguns alunos da creche em Janaúba, em Minas Gerais, incendiada por um segurança. A docente teria enfrentado Damião Soares Santos, 50, para tentar impedir jogasse álcool e ateasse fogo nas crianças.

Ela também teria entrado e saído de uma das salas atingidas para salvar os estudantes. Por conta disso, a professora teve 90% do corpo queimado e morreu na noite desta quinta, 5, após sofrer duas paradas cardíacas.

Creche incendiada em Janaúba (MG) ficou com salas destruídas

Além da docente, cinco crianças morreram na tragédia. O segurança responsável pelo incêndio também morreu na ação. De acordo com o Corpo de Bombeiros, há 31 feridos, sendo 28 crianças e três adultos.

A corporação chegou a divulgar a morte de uma sexta criança, mas a informação foi corrigida. As crianças que faleceram foram identificadas como Juan Pablo Cruz dos Santos, Luiz Davi Carlos Rodrigues, Ruan Miguel Soares Silva, Ana Clara Ferreira Silva e Renan Nicolas.

Polícia diz que segurança premeditou o crime

O segurança Damião foi o único responsável pelo incêndio na creche municipal em Janaúba, segundo investigações da Polícia Civil. Ele morreu em decorrência das queimaduras no Hospital Regional Janaúba na tarde desta quinta-feira.

De acordo com o delegado Bruno Barbosa Fernandes, Santos premeditou o crime. Familiares do segurança disseram, de acordo com a polícia, que o homem planejava se matar. “Ele disse na última terça-feira que daria um presente a todos se matando em breve”, disse o delegado.

Além disso, na manhã desta sexta-feira (6) equipes da Polícia Civil estiveram na casa do segurança e encontraram vários galões com álcool e cartas escritas por ele, nas quais dizia ter predileção e afeto por crianças.

A polícia teve acesso a um relatório do Centro de Apoio Psicossocial (Caps) indicando que ele estava em tratamento psiquiátrico desde 2014. O policial ainda acredita que, com a morte do segurança, a tendência é que o inquérito seja arquivado

Autor do ataque


Damião Soares Santos ateou fogo em alunos de creche, no interior de Minas Gerais - Divulgação PM

De acordo com a prefeitura, Damião Soares dos Santos era funcionário efetivo desde 2008. Ele ficou de férias de julho a agosto e, ao retornar, alegou problema de saúde e foi afastado. Ainda segundo a prefeitura, Damião foi à creche na manhã desta quinta entregar o atestado médico e cometeu o crime.

O prefeito de Janaúba, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), disse que Damião entrou na escola dizendo que ia entregar um atestado médico, alegando que não passava bem. Mas ele estava com um balde e acabou jogando álcool nele e nas crianças.

Mendes negou que Damião tivesse apresentado algum indício de problemas. “O que me relatam lá é que ele chegou normal e tranquilamente até a diretora para supostamente entregar o atestado médico. Estamos mesmo muito surpresos com o que aconteceu”.

A Instituição tinha capacidade para 82 crianças e estava cheia na manhã do ataque. A perícia indica que ele fechou três salas da creche, onde havia entre 55 e 60 pessoas. O homem teria ainda segurado as crianças, impedindo que elas saíssem. Uma professora tentou conter a ação de Damião e chegou a lutar com ele. O vigia foi levado para o hospital com queimaduras no corpo inteiro e morreu cerca de três horas depois.

De acordo com o prefeito, o ataque “poderia ter sido pior”, já que a sala ao lado da que o segurança entrou com o material inflamável era a do berçário. A sala do segundo ano, que sofreu o ataque, tem alunos até cinco anos de idade, o que facilitou a evacuação. “Infelizmente, poderia ter sido algo até pior, porque a sala ao lado era o berçário, e evacuar crianças dali seria muito mais difícil. Onde ele atacou, as vítimas são maiores e muitas conseguiram até escapar por conta própria”, afirmou o prefeito. 


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